Resenha: "A Última Estrela", de Rick Yancey
Editora: Editorial Presença
Autor: Rick Yancey
Edição: 1
Número de páginas: 280
Sobre o autor
Nascido em Miami, Rick Yancey teve formação em Comunicação e acabou a dar aulas de Inglês, bem como a atuar e dirigir peças em teatros locais. Contudo, foi na escrita que se distinguiu realmente, acabando por ver o seu livro “A 5ª Vaga” adaptado ao cinema.
A obra
Olá a todos!! :)
E assim terminei a leitura da trilogia, 6 meses após ter entrado neste mundo apocalíptico. E devo dizer que estou tremendamente dividido com esta conclusão. Mixed feelings, sem dúvida! Está muito melhor do que o anterior, mas ainda assim não chega ao impacto do primeiro de todos! Aii! Mas vamos primeiro à história:
Para quem não conhece, esta trilogia baseia-se na premissa de uma invasão alienígena. Mas nada como o que pensamos normalmente. Não há cá criaturas verdes com armas de bips. Toda esta invasão se faz por vagas. E a pior delas todas é a que eles ainda vivem: a dos Silenciadores. Humanos que nasceram humanos mas que aos 13 anos passaram a ser mais um destes seres agora presos a um corpo e a deixarem de viver camuflados para matarem as pessoas que sobreviveram às vagas anteriores.
Ninguém acredita em ninguém. É assim que a humanidade se destrói. Matando-se a si própria porque não pode confiar em ninguém. Qualquer um pode ser um deles e enfiar-nos uma bala na cabeça antes que os matemos primeiro. E é por isso que temos de o fazer.Ainda que não saibamos quem realmente são.
É no meio deste ambiente que os nossos protagonistas tentam sobreviver. E, neste livro, mais do que isso, tentam acabar por os responsáveis por isto tudo.
Ora bem, eu acho que o livro tem mais ou menos duas fases: a primeira e um pouco menos apelativa, e a segunda que desliza as páginas pelas nossas mãos com verdadeiros movimentos da ação e um significado concreto acerca de tudo. E esta cisão acaba por se refletir em muitos dos fatores sobre os quais vou falar agora.
Primeiro, temos as personagens. Eu adoro estas personagens. Sempre as senti com uma estranha profundidade e dolorosa empatia no início da história. Mas este livro começa de um modo que me irrita profundamente: com a generalidade das personagens a não se distinguirem bem nas vozes das usas narrações, e com Cassie a parecer muito menos madura do que antes, quase a voltar atrás no seu processo de construção. Só com o passar da história é que tudo voltou ao lugar certo e eu tornei a senti-las ali. Como antes. E tudo para depois me despedaçar com o desenlace… :/ (Mas isso é bom, atenção!)
Algo bastante positivo em relação ao livro anterior foi que a narração alternada foi muito melhor trabalhada! Eu adoro quando os autores usam esta técnica e tenho a possibilidade de entrar em várias cabeças e de me prender por diferentes coisas que estão a acontecer em diferentes núcleos conforme a ação avança. E isso conseguiu-se perfeitamente com esta narração alternada! Sim, já não temos metade de um livro com umas personagens e outra metade com outra, que foi algo que me aborreceu em “O Mar Infinito”. Parabéns pela aprendizagem, Rick!
A escrita de Yancey é sempre um dos fatores chave para me fazer prender ao texto. É uma boa mistura entre cuidado literário e fala e pensamento espontaneamente jovem. E é capaz de nos fazer ver tanto, ouvir tanto, sentir tanto. Adoro!
Algo a melhorar, contudo, é o balanço entre ação e reflexão. Sim, quase todos os momentos, mesmo de ação, têm um significado por trás, simbolizam algo ou querem marcar um ponto de viragem ou súbito entendimento no percurso das personagens. Só que, e especialmente na primeira metade, algumas cenas começaram a tender para uma dimensão filosófica que não se coaduna tanto com o público alvo de um YA.
Mas ficam já a saber que os significados se ligam todos tão bem… A tudo o que a história significa… Só lendo mesmo! É um dos talentos de Rick Yancey!
Torno a dizer: Yancey pegou num cliché do género e tornou-o tão real, tão impossível de negar. Nem por um momento eu duvidei do que estava a acontecer. E, ao final do dia, é isso que importa quando estamos a ler uma história, não é? Por isso, continuo a recomendar! Leiam “A 5ª Vaga”, não se vão arrepender!
Boas leituras!! ;)
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