Resenha: "O Rapaz do Gueto de Varsóvia", de

14/09/2019 20:46

 

 

  Editora: Topseller (2020)

  Autor: Eva Weaver

  Edição: 1

  Número de páginas: 320

 

 

 

 

Sobre a autora

Nascida na Alemanha, Eva Weaver mudou-se para Inglaterra, em 1995. Atualmente, vive em Brighton, e, para além de escritora, é ainda coach de criatividade e arte-terapeuta. O amor pela História (a par das artes performativas) é o mote para a escrita desta história, inspirada no medo pelo período da II Guerra Mundial.

 

 

A obra

Olá a todos!! :)

 

Então, como vão essas leituras? Eu cá consegui aproveitar o meu primeiro dia de verão verdadeiramente dedicado às leituras. E o resultado foi este menino acabar de ser lido antes do por do sol tardio…

 

Ora bem, por onde começo a explicar esta história?

Pelo princípio, claro! Então, comecemos por 1938. Mika é um rapazinho judeu que vê o seu mundo mudar com as leis proibitivas aos judeus. Aos poucos, tudo vai mudando e as condições de vida dele e da mãe deterioram-se, especialmente quando o seu adorado avô morre, deixando-lhe o casaco com que sempre o viu.

 

Acontece que o casaco escondia um segredo: a chave para os fantoches que o seu avô criava sem ninguém saber. É então que o nosso protagonista, já adolescente, enfrenta este período negro para o seu povo apresentando espetáculos de fantoches a crianças e… a soldadoes alemães, recebendo em troca os bens básicos a que ninguém tem acesso. Mas as coisas não ficam por aqui… A sua atividade vai ser usada para algo mais perigoso…

 

 

Esta é a típica ideia bonita e com potencial que acaba por perder força na sua concretização. Faz-nos refletir numa perspetiva particular, mas a verdade é que não é muito mais do que muitas das histórias à volta da II Guerra Mundial que circulam por aí. Uma leitura que, feita sem grandes expectativas, se pode tornar uma agradável surpresa.

 

Com muitas passagens em jeito de conto, a autora revela uma escrita madura e lentamente poética. Por isso, não esperem uma leitura muito fluida, até porque esse não era sequer o seu objetivo. Este é um livro para se ir saboreando as palavras.

 

Contudo, a escassez de realismo é algo que me choca num livro deste género. E isto não tem que ver com o estudo histórico (porque o trabalho de casa prece estar bem feito); a questão prende-se, acima de tudo, com ações vistas pela rama e com os diálogos que nos fazem questionar sobre quem, algum dia, falaria daquela forma.

Este é um daqueles livros que serve para se tirarem umas boas citações. Ao longo das páginas, é quase como se existisse uma vaga sensação de profundidade mas que nunca chega a alcançar a realidade.

 

 

Inicialmente, o tempo não segue um fluxo linear, indo e voltando ao sabor do tempo. Ainda assim, parece que não acontece muito, pelo que só a metade do livro o ritmo começa a acelerar. Mais à frente, quando se explora a vida de um soldado em particular após o fim da Guerra – perspetiva algo interessante, sem dúvida –, as coisas quase parecem corridas demais.

 

As personagens vão cativando a partir dos problemas que ultrapassam, mas nunca nos conseguimos realmente colocar no lugar delas, visto que não há nada que nos faça entrar nos pensamentos deles de forma a sentirmo-nos mais próximos. De qualquer forma, a história toca-nos em alguns momentos, num livro que parece procurar puxar sentimentos (sem grande profundidade) e pouco mais.

 

Acima de tudo, este é um livro que nos leva a acreditar no poder e na vida dos objetos. Em toda a História escondida em cada traço seu. Nas pesadas histórias de vida que a dobra de um casaco pode manter adormecidas no seu interior…

 

Boas leituras!! ;)

Tópico: Resenha: "O Rapaz do Gueto de Varsóvia", de Eva Weaver

Olá!

Data: 17/09/2019 | De: Thainá Christine

Eu adorei a resenha! Eu não conhecia o livro, mas tenho bastante interesse em histórias que tem como pano de fundo a 2° Guerra Mundial. É uma pena que essa não seja lá tão fora do comum e também não traga nenhuma grata surpresa, mas acredito que esse tema sempre é importante de se revisitar. De qualquer forma fiquei curiosa para saber como esses fantoches afetam a vida das pessoas.

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Data: 17/09/2019 | De: Larissa Santos

Ah, é uma pena que a história não seja tão aprofundada no tema. Gosto de livros que exploram bastante sem ficar na superficialidade, sendo mais do que apenas trechos bonitos para serem destacados. Apesar de que parece realmente uma leitura boa para se ler sem muitas pretensões.

Abraço,
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