Série: "Histórias de São Francisco" (2019)

05/02/2021 19:59

Episódios: 10 (55 min) - País de origem: EUA - Ano: 2019

Avaliação: 8/10

 

 

Olá a todos!! :)

 

Hoje, trago-vos a opinião de uma série. Já há séculos que não o fazia. Até fui confirmar e já não vos falava de TV há quase meio ano.. Credo! Vamos já resolver isso!

(Para ser honesto, também não andava a ver muita televisão… Mas encontrei esta série e vi-a bem rapidamente!)

 

Tudo começa com a história de Marie-Ann, a mulher que anos antes deixou o marido e a filha de dois anos para descolar em busca de uma carreira televisiva de destaque. Agora, vinte anos depois, acaba por voltar para a festa de 90º aniversário da matriarca da pequena comunidade de Barbary Lane onde vivia. Tudo por uma noite… Mas acaba por não conseguir regressar…

 

E eu percebo porquê! Pela filha, claro. Mas também pelas saudades do passado. E aquela comunidade é tão, mas tão especial! Eu próprio senti vontade de lá morar, com todo o cuidado e amor que eles têm uns pelos outros. Sempre livres, mas sempre família. A família que escolheram. E são várias as histórias que conhecemos: a de um casal homossexual com diferenças de idades, a de um rapaz trans que agora passou a tornar-se homossexual (após um namoro com a rapariga com que vivia no tempo em que era uma mulher lésbica), a de uma fotógrafa que prepara um documentário sobre Barbary Lane, a de Marie-Ann, o ex-marido e a filha. Ah, e, claro, a da maravilhosa matriarca transexual que agora está a ser ameaçada por um segredo no seu passado…

 

 

Esta é uma série que começa com uma premissa blew e muito cliché. E vocês sabem que não sou propriamente fã número um de momentos pré-feitos e pré-sentidos. Mas a verdade é que, depois, a série acaba por ser bem aproveitada. Especialmente no que toca àquelas pessoas, àquele lugar quentinho que é realmente… mágico.

 

A forma de apresentação da comunidade queer (passei a usar queer  e não LGBTQ também por causa da série XDDD) é feita de um modo tão natural, tão como deveria sempre ser, que até se criam imensos momentos relatable para muitos membros que fazem e os que não fazem parte dela.

(Ah, e não aconselho a série para miúdos, porque há váááárias cenas de nudez e sexo ;) )

 

Para além disso, as personagens tornam-se facilmente próximas de nós… Tão reais, tão com falhas. Tão próprias (e, sim, isso muitas vezes significa loucas! Ahahah). Eu consigo imaginá-las à minha frente, uma a uma. E isso ajuda a que sintamos tudo com mais intensidade ainda.

(Bem, não me deixei levar por todas as personagens ao mesmo tempo, algumas demoraram a entrar – tal como a protagonista, Marie-Ann. Mas, a seu tempo, cá ficou, para levar a sua história comigo.)

 

 

O início da série não me convenceu na totalidade. Verdade seja dita, o ritmo não é o ponto forte da produção, mas rapidamente a minha curiosidade se atiçou com o pequeno mistério. E, melhor ainda, apaixonei-me pela história. Uma história que tem muito deste drama e romance, que acaba por roçar muitas vezes o soapy, mas que nos faz tão bem…

O guião poderia ser muito melhor, mas as atuações compensam facilmente as falhas de escrita. Preenchem os momentos vazios, dão profundidade de olhar às confissões aparentemente simples e dão uma vida muito particular a todas estas histórias de São Francisco.

 

E, se ainda não sabem se devem ou não ver a série, devo mesmo dizer-vos que o episódio 8 É QUALQUER COISA! Acho que nunca vi um episódio de série assim isolado a ser TÃO BOM! Recomendo mil e uma vezes! É um pequeno filme com cerca de uma hora e cinco. A história recua aos anos 60, ao início da idade adulta de Anna, a matriarca, e às dificuldades de se ser uma criminosa apenas por não ter nascido no corpo certo. E de como é preciso tomar decisões tão complicadas para se salvar a pele. Situações que não precisavam de ser vividas… Custa ver, em certos momentos, mas é tão necessário..!

 

Enfim, super recomendo! A storyline não é perfeita, mas estas histórias de São Francisco são tão pessoais e enérgicas. Foi uma série que me tocou, não minto (chorei rios no último episódio!), mas, mais do que outra coisa, esta é uma série que nos aquece o coração… E, ao mesmo tempo, trabalha tão bem os temas que nos abre também o pensamento com a naturalidade com que o devíamos fazer diariamente.

Repito: vejam!

 

Boas leituras!! ;)